Nos últimos meses, milhares de brasileiros foram atraídos por uma oferta que parecia tentadora: cadastrar a íris em troca de R$ 600. A proposta fazia parte de uma iniciativa da empresa Worldcoin, que busca criar um sistema de identificação digital global baseado em tecnologia blockchain. No entanto, muitas pessoas que participaram da ação relatam que não receberam o valor prometido ou que enfrentaram dificuldades para acessar seus fundos.
🔍 Como funcionava a proposta?
O projeto da Worldcoin, criado por Sam Altman, CEO da OpenAI, tem como objetivo estabelecer um sistema global de identidade digital, onde os usuários cadastrados poderiam provar que são humanos sem precisar fornecer informações pessoais tradicionais.
O processo era simples:
✔ O participante escaneava sua íris em um Orb, um dispositivo esférico que registrava a biometria.
✔ Após o cadastro, a pessoa recebia tokens WLD, a criptomoeda da Worldcoin, que poderiam ser convertidos em dinheiro real.
✔ No Brasil, a conversão aproximada equivalia a R$ 600, gerando grande interesse, especialmente entre jovens e trabalhadores informais.
A iniciativa foi recebida com ceticismo por especialistas em segurança digital, que alertaram sobre os riscos de fornecer dados biométricos a uma empresa privada.
😡 Brasileiros relatam que não receberam o pagamento
Apesar da promessa de pagamento imediato, muitos usuários reclamam que não conseguiram acessar os valores.
💬 Daniel Souza, 26 anos, de São Paulo, conta que escaneou sua íris no final de 2023 e nunca recebeu o dinheiro:
"A gente ficava na fila, escaneava e recebia os tokens. Só que, quando tentei sacar, minha conta foi bloqueada e não consegui mais entrar."
💬 Ana Carolina, 31 anos, de Recife, diz que perdeu acesso ao aplicativo:
"Eu tinha os tokens na minha carteira, mas do nada minha conta sumiu. Perdi tudo."
💬 Lucas Almeida, 22 anos, de Belo Horizonte, afirma que revendeu os tokens, mas recebeu muito menos do que o esperado:
"Quando fui vender, a cotação tinha despencado. No fim, não valeu a pena."
Nas redes sociais, grupos de usuários afetados se multiplicam, compartilhando experiências negativas e buscando soluções para recuperar os valores.
🛑 Possíveis causas do problema
Vários fatores podem explicar por que muitos brasileiros não receberam o dinheiro prometido:
🔹 Desvalorização da criptomoeda: O preço dos tokens WLD varia conforme a demanda. Quem esperou para vender pode ter enfrentado uma queda drástica na cotação.
🔹 Problemas técnicos na plataforma: Muitos usuários relataram dificuldades para acessar suas contas, o que levanta dúvidas sobre a segurança e estabilidade do sistema.
🔹 Fraudes e bloqueios: Alguns participantes tentaram criar múltiplas contas para receber mais tokens, o que pode ter levado a banimentos em massa pela empresa.
🔹 Restrições regulatórias: Em alguns países, incluindo o Brasil, o uso da criptomoeda foi questionado por autoridades financeiras e órgãos de proteção de dados, o que pode ter limitado saques e transações.
🔎 Especialistas alertam sobre riscos do projeto
A coleta de dados biométricos em troca de criptomoedas gerou polêmica global. Especialistas alertam para possíveis riscos à privacidade e à segurança dos usuários.
🗣 Luiza Monteiro, advogada especializada em proteção de dados, explica:
"Não há garantias sobre o que será feito com os dados coletados. A biometria é um dado sensível e, uma vez cadastrado, não pode ser alterado ou revogado."
🗣 Rodrigo Martins, analista de criptomoedas, ressalta a incerteza do mercado:
"Muitas pessoas entraram no projeto sem entender que estavam recebendo um ativo volátil, cujo valor pode despencar a qualquer momento."
📢 O que diz a Worldcoin?
A Worldcoin se manifestou sobre as reclamações e afirmou que está analisando os relatos de contas bloqueadas. Em nota oficial, a empresa disse que todos os pagamentos foram realizados corretamente, mas reconheceu que alguns usuários podem ter enfrentado dificuldades técnicas.
A empresa também reforçou que seu objetivo não era "dar dinheiro de graça", mas sim incentivar a adesão ao sistema de identidade digital descentralizada.
No entanto, as explicações não convenceram muitos brasileiros, que ainda esperam respostas sobre os valores prometidos.
❓ E agora? O que fazer se você foi afetado?
Se você escaneou sua íris e não recebeu os tokens WLD ou perdeu acesso à sua conta, aqui estão algumas ações que podem ajudar:
✅ Verifique sua carteira digital: Acesse o aplicativo oficial da Worldcoin e tente recuperar seus tokens.
✅ Entre em contato com o suporte: A empresa disponibiliza um canal de atendimento para resolver problemas de acesso.
✅ Fique atento às atualizações: Mudanças na política da plataforma podem permitir novas opções de saque.
✅ Denuncie possíveis irregularidades: Caso suspeite de golpe ou má-fé, registre uma reclamação em órgãos como o Procon ou a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
📌 Conclusão
O caso dos brasileiros que escanearam a íris por R$ 600 e não receberam levanta questões importantes sobre segurança digital, privacidade e o futuro das criptomoedas.
Embora a proposta da Worldcoin tenha sido vendida como uma inovação tecnológica, muitas pessoas ficaram frustradas ao não conseguirem acessar os valores prometidos.
A polêmica também reforça a necessidade de cautela ao aderir a esquemas financeiros que envolvem dados biométricos e ativos digitais voláteis. Afinal, quando algo parece bom demais para ser verdade, muitas vezes não é.